Children in a Band

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quinta-feira, 28 de abril de 2011

O PAPEL DA INCLUSÃO DIGITAL NO PROCESSO EDUCATIVO

NAILSE MACHADO CRUZ
A inclusão digital envolve questões extratecnológicas. Envolve também questões políticas, sociais e educativas, pois envolve a inclusão em todos os seus aspectos. A internet, que teve início para atender expectativas militares e acadêmias, posteriormente atendeu ao público comercial e pessoal. Temos outros exemplos de desenvolvimento industrial, tecnológico entre outros, que traçaram o mesmo caminho. Atualmente, a internet está em plena aplicação e disseminação no âmbito educacional.
A internet é um sistema global de comunicação de informação, através de hardware e software, que possibilita a conectividade entre os computadores. Neles, os usuários acessam páginas de  informação – documentos em hipertexto – interligados e acessados pelo protocolo HTTP (HyperText Transfer Protocol), executados no aplicativo www ( World Wide Web). Protocolos são softwares que determinam a forma como os dados serão transmitidos pela rede, ou seja, permite a mesma linguagem entre os computadores e esses dados/informações são visualizados através dos navegadores.
Apesar de surgida  na década de 60, somente na década de 90, com a consolidação de alguns protocolos, a internet foi popularizada macissamente e passou a ser utilizada de forma mais colaborativa e compartilhada.
A World Wide Web, que não é sinônimo de internet, mas um conjunto de documentos interligados entre si e que podem ser criados e acessados por qualquer pessoa, facilitou e disseminou o compartilhamento da informação a todo e qualquer título, trazendo inúmeros benefícios ao âmbito educacional entre muitos outros. Mas como e qualquer desenvolvimento, nem todos tiveram e têm acesso a ele.
Somos testemunhas de uma geração que viu nascer o computador, o celular, o Cd Player, a fibra ótica, o carro com câmbio automático, enfim, inúmeros exemplos de avanço tecnológico. E paralalo a esse avanço também testemunhamos uma multidão de pessoas que ficou isolada e avessa a esse desenvolvimento, seja pela impossibilidade financeira, seja pelo autobloqueio ao novo, seja pela falta de políticas adequadas ou necessárias a esta inclusão.
Estamos num país, que agora encontra-se em ampla ascenção, mas que, por ter sido durante muito tempo um país subdesenvolvido, acostumou-se a ver  qualquer tipo de novidade chegar aqui com uma enorme defasagem de tempo. E mesmo em plena emergência, muitas coisas demoram ainda a florescer por aqui. Isso não é uma particularidade do Brasil, mas de países na mesma situação econômica e social. Outros possuem barreiras políticas, o que felizmente não é mais o nosso caso. Ainda há casos, como o Chile, que mesmo considerado um país pobre, tem metade de sua população conectada à internet.
No Brasil, de uma população estimada em 200 milhões de habitantes, 67,5 milhões têm acesso a internet. Isso representa 34% de penetração social, estando em quinto lugar em termos relativos entre os países da América Latina.
Essa falta de acesso, ou essa exclusão digital pode ser micro ou macro. Chamo de micro, e não pela importância menor, mas por ser mais instrínseca, a exclusão relacionada à capacidade/possibilidade individual, mesmo que consequência de uma situação político social.
A exclusão pela impossibilidade individual pode ser econômica ( falta de condições financeiras de ter seu computador ou provedor de internet); pode ser intelectual, quando temos um país com um alto grau de analfabetismo ou analfabetos funcionais; ou ainda pelo simples bloqueio pessoal da geração que não foi acostumada a todas essas “modernidades” e que se recusa a “domesticá-las”. Não terá acesso quem não possui habilidade suficiente para utilizar um computador, ou mesmo para, utilizando-o, não ser capaz de assimilar e interagir intelectualmente com as informações obtidas no mundo virtual.
A exclusão pela impossibilidade num âmbito macro decorre da falta de políticas públicas, que tornem o contato o mundo digital ou com a internet algo acessível, e mais ainda, que tenha com a educação um compromisso sério e uma meta de desenvolvimento verdadeira.
A geração que viu nascer todo o mundo da tecnologia digital e a internet ainda numa idade onde frequentava o ambiente educacional, na qual me encontro, teve muita sorte. Mais sorte ainda teve a infância e juventude atuais, que nasceram utilizando esses meios, como se sempre eles tivessem existido. Pelo menos não haverá o “bloqueio para a domesticação” desses meios, caso eles tenham o acesso econômico e educacional.
Para o acesso econômico, alguns estados do Brasil, entre eles o Rio de Janeiro e São Paulo, tiveram a iniciativa de capacitar seus educadores com computadores portáteis, ou com programas de financiamento a baixo custo para obtê-los.
Em Cubatão, São Paulo, cidade onde resido, uma iniciativa da administração municipal em parceria com o terceiro setor disponibilizou computadores portáteis todos os professores da rede municipal e para crianças quee estão em fase de alfabetização, em 3 escolas do município. O objetivo é chegar aos 22 mil computadores em 2012, um para cada aluno da rede. Além disso, um convênio com a Microsoft foi firmado com o objetivo de capacitar esses professores para conhecerem e melhor utilizarem os laptops a eles disponibilizados na melhoria da qualidade educacional.
Iniciativas como estas, com certeza farão nosso país galgar patamares melhores para inclusão digital, a fim de que não seja uma “colônia” na produção e no acesso à informação, desde que haja o fortalecimento de todo o sistema que envolve este processo – a educação de qualidade.

Um comentário:

  1. Olá Nailse, boa noite!

    Uma lindeza o seu blog. É o seu rosto. Parabéns!

    Um grande abraço.

    Clarindo

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